terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

   Quando se tem um problema sério, acaba priorizando-se as coisas mais banais. É estranho, mas o ser humano prefere encarar os problemas menores e fingir que os realmente ruins não existem. Protelam algo impossível. Jogam para debaixo do tapete decisões que, de uma forma, ou de outra, terão de ser tomadas.
   Foi por isso que decidi mudar de cidade. Para elevar um problema pequeno, foi apenas para isso. Fingir que o que me angustiava era saber que Erick não me amava, quando na verdade, a razão de meus pesadelos era o dom adquirido recentemente.
  Se eu tivesse um psicológico ligeiramente bem estruturado, talvez agüentasse a pressão que isso exerce em meu cérebro. Mas, as coisas na eram bem assim.
  Eu tinha uma família bem estruturada, e se fosse por questões morais, tiraria isso de letra, mas eu era apenas um enfeite, que estava ali para marcar presença, e nada mais. Um simples enfeite totalmente manipulável, que de uma hora para outra, resolve se rebelar.
  Devia ver a cara dos meus pais quando disse que ia sair de casa, foi como se tivessem colocado as mãos na água e depois em um interruptor com uma voltagem de mais de duzentos, foi bem satisfatório. Seu eu seria uma rebelde, pelo menos, faria isso da forma correta.

- Mas um trecho do livro que estou escrevendo, mas ando meio indecisa quanto ao título. -

Nenhum comentário:

Postar um comentário